Trama golpista: veja o que disseram as defesas dos réus após Moraes ordenar o início do cumprimento de penas
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta terça-feira (25) o início do cumprimento da pena de réus do núcleo crucial da trama golpista, condenados por golpe de Estado e outros quatro crimes.
O g1 reúne nesta reportagem o que disseram as defesas dos réus:
Augusto Heleno, ex-ministro de Segurança Institucional
A legitimidade de um sistema de justiça é inseparável da confiança pública em sua imparcialidade.
É com profunda indignação que assistimos a um processo que se desvia de sua finalidade, transformando-se em um julgamento de exceção.
Quando a influência política e a narrativa se sobrepõem à análise técnica das provas, o Estado de Direito é ferido. A defesa da democracia exige que as instituições sejam e pareçam justas.
Reafirmamos nossa absoluta convicção na inocência do General Augusto Heleno. Diante da ilegalidade e da perseguição, nossa luta pela anulação deste processo viciado e pelo reconhecimento formal de sua inocência será incansável e intransigente.
Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil
Recebemos com indignação a decisão que declara o trânsito em julgado da condenação do General Braga Netto.
Atuamos com ética e lealdade processual desde o início do processo, portanto é lamentável que nossos recursos tenham sido considerados protelatórios.
Se a decisão for confirmada pela Primeira Turma, a Corte perderá a oportunidade de corrigir um erro na soma das penas e de enfrentar os pontos de divergência da condenação.
Reafirmamos que a condenação do General Braga Netto é absolutamente injusta e contrária à prova dos autos.
Infelizmente, vemos que o processo está terminando como começou: com a violação sistemática ao direito de defesa.
Seguiremos tomando todas as medidas cabíveis para defender os direitos do General Braga Netto, inclusive perante as Cortes Internacionais.
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça
Nota à imprensa
Anderson Torres recebeu com serenidade a comunicação do ministro Alexandre de Moraes, determinando seu recolhimento no 19º Batalhão da PM de Brasília.
O ex-ministro da justiça discutia com seus advogados a apresentação de recurso, cujo prazo final é o dia 03/12, quando recebeu a notícia da antecipação do trânsito em julgado e imediatamente, decidiu se apresentar no local designado para o cumprimento da pena.
Lamenta que as inúmeras provas que demostram não estar envolvido, direta ou indiretamente, com qualquer tentativa de golpe de estado, tenham sequer sido consideradas na decisão que o condenou a uma pena duríssima de 24 anos de prisão.
Brasília, 25 de novembro de 2025.FONTE: https://g1.globo.com/politica/noticia/2025/11/25/trama-golpista-veja-o-que-disseram-as-defesas-dos-reus-apos-moraes-ordenar-o-inicio-do-cumprimento-de-penas.ghtml