Na COP30, grupo de países apoia a adoção de 'mapa do caminho' pelo fim do uso de combustíveis fósseis
Dinamarca apresenta nesta terça-feira (18), às 14h (horário de Brasília), o “Mutirão pelo Roadmap dos Combustíveis Fósseis”
Barbara Carvalho/GloboNews
Um grupo de países defendeu, nesta terça-feira (18) em Belém (PA), a importância da adoção de um "mapa do caminho" para o fim do uso dos combustíveis fósseis.
O gesto formal é uma forma de pressionar que os representantes reunidos na Conferência do Clima a apoiarem a construção de um roteiro oficial para a transição global para longe do petróleo, carvão e gás.
🗺️ 🛣️ ENTENDA O TERMO: “Mapa do caminho” ou roadmap (em inglês) é o termo usado em negociações internacionais para designar planos de ação que estabelecem etapas, prazos e metas concretas rumo a um objetivo comum. Na prática, trata-se de um roteiro político e técnico que define “quem faz o quê, até quando e com quais recursos”.
A defesa de um mapa do caminho foi realizada em entrevista coletiva em um dos auditórios da COP30 e foi convocada pela Dinamarca. Entre os participantes que declararam apoio à iniciativa estava ministros da Colômbia, do Quênia, do Reino Unido, de Serra Leoa, entre outros. Até por volta das 14h20, não foi divulgado um balanço do total de países que participam da iniciativa.
"A urgência da crise climática não permite desaceleração. A ciência é clara e os impactos são diários e muito caros, particularmente para o sul global. Hoje, as pessoas ao redor do mundo estão mobilizando, em uma escala massiva, demandando ação concreta para a justiça climática, particularmente contra a expansão de fronteiras de combustíveis fósseis", disse ministra do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Colômbia, Irene Vélez Torres.
A proposta surge num momento em que o Brasil tenta incluir na agenda da COP30 um mapa do caminho para eliminar combustíveis fósseis — um dos pontos mais sensíveis da conferência e alvo de resistência de países produtores.
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Contexto do mutirão
Pela manhã, a ONU publicou o primeiro rascunho do chamado "mutirão”, a proposta que tenta organizar os quatro temas mais difíceis da COP30:
quem paga a conta da crise climática,
como cada país mostra o que cumpriu,
o papel do comércio nas regras ambientais e
o que fazer diante das metas atuais, que ainda são fracas para segurar o aquecimento de 1,5°C.
O documento é preliminar, mas já está preparado como algo que poderia ser aprovado pelos países, embora apresente várias alternativas, sinal de que as posições ainda estão distantes.
A maior surpresa do texto foi a volta explícita da discussão sobre a saída dos combustíveis fósseis. Esse debate tinha perdido força nas últimas COPs e, em Belém, só vinha aparecendo nos bastidores.
Agora, o tema entra oficialmente em duas partes do rascunho: em um bloco que reúne as metas de triplicar renováveis e dobrar eficiência energética até 2030, e em uma proposta de reunião ministerial para ajudar países a construir transições “justas, ordenadas e equitativas”, incluindo reduzir a dependência dos fósseis e avançar contra o desmatamento.
O rascunho é baseado na nota divulgada no domingo pelo presidente da COP30, André Corrêa do Lago. Na segunda-feira (17), ele chegou a indicar que o texto poderia avançar após uma reunião com ministros na quarta-feira. Na prática, essa previsão parece improvável. As negociações sobre o “mutirão” ocorrem desde antes da abertura oficial da conferência, e o documento mostra que ainda há muito a ser conciliado.
LEIA TAMBÉM: Mapa do caminho: por que o conceito pode se tornar uma das medidas do sucesso da COP30?FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/cop-30/noticia/2025/11/18/paises-apoiam-mapa-caminho-fim-combustiveis-fosseis-cop3.ghtml