MP nega acordo e denuncia à Justiça vereador Bigodini e namorada; veja crimes
21/11/2025
(Foto: Reprodução) Veja momento em que Bigodini tem afastamento aprovado pela Câmara de Ribeirão Preto
O Ministério Público (MP) denunciou à Justiça o vereador Roger Ronan da Silva, o Bigodini (MDB), e a namorada, Isabela de Cássia, ao apontar que eles mentiram ao dizer que a mulher dirigia o carro que bateu em um poste em Ribeirão Preto (SP) em setembro deste ano. A conclusão vai ao encontro do inquérito da Polícia Civil, que também concluiu que Bigodini era o motorista.
O parlamentar, que foi afastado da Câmara por 180 dias, ainda tentou firmar um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o MP, o que encerraria o processo e amenizaria penas, mas o promotor Paulo César Souza Assef negou.
Com isso, Bigodini foi denunciado por: embriaguez ao volante, com dano potencial para duas ou mais pessoas, falsidade ideológica e fraude processual. Já Isabela foi denunciada por: falsidade ideológica, fraude processual e favorecimento pessoal.
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Até a última atualização desta reportagem, não havia um posicionamento da Justiça sobre o aceite das denúncias.
Os advogados Wesley Felipe Martins e Paulo Roberto Pereira, que defendem o parlamentar, alegaram que o cliente possui "todos os predicados para celebração do acordo de não persecução penal" e que a negativa do acordo por parte do MP se deu pelo fato de o cliente ser vereador do município. A defesa afirmou que irá recorrer da decisão.
"Portanto, quer nos parecer, modestamente, que o MP age com dois pesos e duas medidas, uma vez que a negativa do ANPP está fundamentada no fato do investigado ser vereador do município. Ocorre que, num passado não tão distante, outro parlamentar desta municipalidade que não convém citar o nome, foi agraciado com o instituto do ANPP e os fatos que pesavam sobre si eram mais gravosos", cita nota.
O g1 e a EPTV, afiliada da TV Globo, tentam localizar a defesa de Isabela.
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Afastamento da Câmara
Bigodini teve o mandato suspenso por 180 dias corridos e sem remuneração após a Câmara de Ribeirão Preto decidir seguir o parecer do Conselho de Ética que analisou o processo de cassação do parlamentar. Foram 19 votos de 20 presentes.
O requerimento pela cassação de Bigodini foi feito pelo jornalista Rodrigo Leone da Silva e protocolado na Câmara de Vereadores no dia 30 de setembro, dois dias após o vereador se envolver no acidente na Avenida do Café.
Após quatro reuniões, o Conselho de Ética, no entanto, optou por suspender os direitos políticos de Bigodini por 180 dias em vez de cassar o mandato dele.
O afastamento foi imediato após votação na Câmara. A primeira suplente é Maria Eugênia Biffi (MDB), que pediu exoneração como secretária de Cultura e Turismo de Ribeirão Preto e deve assumir o cargo de vereadora, mas pedir licença para recondução à função de secretária.
A manobra, segundo apuração do g1, é para que ela não formalizasse uma recusa imediata e, assim, não fosse impedida de assumir efetivamente como vereadora no futuro.
Assim, quem deve assumir efetivamente a vaga de Bigodini é o segundo suplente, o bacharel em educação física e líder comunitário Robson Vieira (MDB), de 36 anos.
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Fraude processual em acidente
O carro em que o vereador Bigodini estava com Isabela, atingiu uma árvore na Avenida do Café na madrugada do dia 28 de setembro e versões conflitantes nos registros da Polícia Civil e da Polícia Militar levantaram a suspeita de fraude processual.
Bigodini alegou que era a namorada, que não tinha carteira de habilitação, quem estava na direção do veículo. Mas um vídeo que circulou nas redes sociais mostra o parlamentar no banco do motorista logo após a batida. (veja abaixo)
Durante o atendimento da ocorrência, nenhum dos dois se submeteu ao teste do bafômetro embora as autoridades tenham notado que o vereador tinha sinais de embriaguez.
Bigodini e Isabela já trocaram uma série de acusações no decorrer deste ano. Os casos vieram à tona depois do acidente de carro que o casal se envolveu.
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