Ministro diz que taxação sobre carne bovina anunciada pela China 'não é algo tão preocupante'

  • 31/12/2025
(Foto: Reprodução)
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, minimizou nesta quarta-feira (31) o anúncio de que a China vai aplicar uma tarifa adicional de 55% sobre as importações de carne bovina que excederem as cotas de países fornecedores, como Brasil, Austrália e Estados Unidos (leia mais aqui). Em entrevista à TV Globo, Fávaro disse que a decisão chinesa, de um modo geral, "não é algo tão preocupante". Isso porque, segundo o ministro, o Brasil trabalhou, nos últimos anos, pela ampliação dos mercados internacionais para o produto. "Neste governo do presidente Lula, abrimos 20 mercados para carne bovina por todo o mundo, mais ampliações de mercados que já eram abertos. Portanto, o Brasil está relativamente preparado para intempéries comerciais", afirmou Fávaro. No primeiro semestre deste ano, por exemplo, o presidente Lula fez uma viagem à Ásia, onde negociou a reabertura do mercado do Vietnã para carne bovina brasileira após quase 10 anos. 🔎O g1 procurou a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e questionou sobre o impacto da medida chinesa para o setor. A entidade não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Segundo Fávaro, o governo chinês já preparava uma "salvaguarda" para a carne bovina há pelo menos um ano, com o objetivo de "proteger a produção local" estabelecendo tarifas para diversos países. "Portanto, não há discriminação com nenhum país do mundo, em especial ao Brasil, mas com o intuito de proteger a produção local", declarou o ministro. De acordo com o titular da Agricultura e Pecuária, atualmente o Brasil está exportando um montante próximo ao da cota de carne bovina estabelecida pela China ao país, que é de 1.106.000 toneladas. Fávaro disse ainda que, embora a taxação adicional não gere muita preocupação para o governo, vai negociar os termos da medida com as autoridades chinesas nos próximos dias. Ele também afirmou que o governo vai buscar a transferência das cotas de outros países para o Brasil. "Por exemplo, os Estados Unidos não exportaram para a China no ano passado. [Vamos ver] se a gente pode cumprir a cota de outro país. São negociações que vão ocorrendo. Lembrando que não precisa ser imediato, a gente vai gradativamente durante o ano fazendo as negociações e fazendo os ajustes", declarou. Segundo o ministro, a relação do Brasil com os chineses "nunca esteve tão boa e assim vai continuar". Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, ao lado do ministro da Agricultura e Assuntos Rurais da China, Han Jun, em imagem de maio de 2025 Lucas Costa/Mapa Não é uma notícia catastrófica, diz secretário Em entrevista à GloboNews, o secretário de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária, Luís Rua, afirmou que o anúncio chinês "não é uma notícia catastrófica". "Não é algo contra o Brasil, mas, sim, contra todo o mundo, para favorecer o produtor local chinês. É natural que houvesse uma determinação de redução dos valores importados pela China. O governo chinês adiou a divulgação dessa definição duas vezes. O ministério já esperava isso", disse Luís Rua. "Pra definir a cota, o governo chinês analisou as importações entre meados de 2021 e meados de 2024. Nesse período, o Brasil teve 44% de share (participação) no mercado chinês. O que for acima disso será sobretaxado", acrescentou o secretário do Ministério da Agricultura. Medida deve valer por três anos O Ministério do Comércio da China afirmou que a cota total de importação para 2026, referente aos países incluídos nas novas “medidas de salvaguarda”, será de 2,7 milhões de toneladas, número próximo ao recorde de 2,87 milhões de toneladas importadas no total em 2024. A cota total irá aumentar ano a ano. O Brasil tem a maior cota de importação entre os principais fornecedores: mais de um milhão de toneladas por ano. ➡️A tarifa adicional de 55% sobre as exportações que ultrapassarem as cotas começa a valer nesta quinta-feira, 1º de janeiro de 2026, e tem duração de três anos. O anúncio da taxação foi feito após duas prorrogações da investigação chinesa sobre as importações de carne bovina, que, segundo autoridades, não teve como alvo nenhum país específico. De acordo com Zengyong Zhu, pesquisador do Instituto de Ciência Animal da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas, as tarifas devem ajudar a conter a redução do rebanho bovino no país e dar tempo para que as empresas nacionais do setor façam ajustes e promovam melhorias. Neste ano, Pequim intensificou o apoio político à cadeia da carne bovina e informou, no fim de novembro, que a atividade pecuária vinha registrando lucro por sete meses consecutivos. O analista sênior da Beijing Orient Agribusiness Consultants, Hongzhi Xu, acredita que com essas medidas as importações chinesas de carne bovina diminuirão em 2026.

FONTE: https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2025/12/31/ministro-diz-que-taxacao-sobre-carne-bovina-anunciada-pela-china-nao-e-algo-tao-preocupante.ghtml


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