Execução de mulher na frente dos filhos em agosto do ano passado fez parte da guerra de gangues de Rio Preto
25/11/2025
(Foto: Reprodução) VÍDEO: criminoso baleou jovem na frente dos filhos em Rio Preto
Júnia Calixto, de 26 anos, foi assassinada com sete tiros na frente dos filhos de dois e quatro anos, em agosto do ano passado, em São José do Rio Preto (SP). Foi mais um capítulo da guerra entre gangues na cidade.
Câmeras de segurança registraram o momento em que ela cai no chão e o atirador continua disparando, mesmo depois que a vítima já estava caída. Assista acima.
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Segundo a polícia, a câmera foi virada logo após o crime em uma tentativa de impedir a identificação dos suspeitos. Júnia foi morta por vender drogas na área dominada pelo grupo rival, a poucos metros de um ponto comandado por Kalyson Signorini de Angelo Macedo, de 20 anos, que está preso.
Ele é apontado como responsável por ordenar homicídios e tentativas de homicídios.
Júnia Calixto morreu baleada por um criminoso em Rio Preto (SP)
Reprodução/Facebook
De acordo com as investigações, o autor dos disparos foi Roberto Antônio Brito de Souza, conhecido como “Juninho da Baiana”. Ele não estava sozinho: José Guilherme Lousano Júnior, o “Escovão”, pilotava a moto usada na execução. Um adolescente de 16 anos chegou a ser coagido a assumir a autoria.
Escovão foi morto em fevereiro deste ano, em confronto com a polícia. No muro ao lado do ponto de tráfico do João Paulo II, uma pichação ainda o homenageia.
José Guilherme Louzano Junior morreu na troca de tiros com os policiais em Rio Preto (SP)
Reprodução/Facebook
Vidas atingidas pela guerra
Segundo a polícia, a lógica dos homicídios era sempre a mesma: espalhar medo, diminuir a concorrência e manter o domínio sobre a venda de drogas. Em alguns casos, os ataques fizeram vítimas que não tinham qualquer envolvimento com o crime organizado.
Michael Oliveira da Silva, de 24 anos, trabalhador da construção civil, foi morto em julho de 2021 em frente de casa, no bairro Santo Antônio. Ele não tinha passagens pela polícia. Querido pela família e amigos, virou nome de rua em homenagem aprovada pela Câmara Municipal.
Gestante foi atingida por bala perdida e ficou 30 dias sem conseguir andar em Rio Preto (SP)
Reprodução/TV TEM
Uma outra gestante, que não vai ser identificada pela reportagem, foi atingida por bala perdida e ficou 30 dias sem poder andar.
“Hoje em dia eu não gosto nem de barulho de estouro ou de fogos. Me assusto com estouro, não gosto mesmo. Sem contar sequelas de andar, no frio o osso dói bastante, eu gostava de correr, não posso mais, não posso usar salto, porque o risco de dor no seu pé e machucar é pior ainda”, revela a jovem.
🚔 'Guerra de Gangues'
Reportagem e apresentação: Monize Poiani
Produção: Janaína de Paula
Imagens: Eduardo Durú e João Selare
Edição de imagem: Aristeu André
Edição de arte: Guilherme Orsi
Edição de texto: Thiago Vasconcelos
Edição de texto web: Desirèe Assis e Eric Mantuan
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