Estudo aponta avanço da vegetação e do degelo na Antártica; cientista alerta para efeitos no Brasil

  • 01/12/2025
(Foto: Reprodução)
Área considerada livre de gelo na Antártica MapBiomas-Antártica Um estudo inédito do MapBiomas revela que 107 mil hectares da Antártica estão atualmente sem gelo, o equivalente a 1% do continente com presença de vegetação. 🧊O número pode parecer pequeno, mas é significativo em um continente, o mais isolado do planeta Terra, que historicamente permanece congelado. O fenômeno tem intrigado pesquisadores. A Antártica – conhecida pelo gelo predominante em quase toda sua paisagem – está ficando mais verde. 🌿Musgos, liquens e algas estão ocupando áreas que antes permaneciam congeladas. E, segundo cientistas, isso é mais um sinal de que as mudanças climáticas estão avançando rapidamente. 🗺️O levantamento analisou imagens de satélite entre 2017 e 2025 e é o primeiro a detalhar, em escala continental, como essas áreas estão mudando. Para identificar zonas sem gelo e mapear a vegetação, além de dados de satélite Sentinel-2, a equipe utilizou algoritmos e um índice que detecta atividade de fotossíntese. 🔎O Dia da Antártica é celebrado nesta segunda-feira (1º), data em que é comemorado o 66º aniversário da assinatura do Tratado da Antártica. Aquecimento global e o avanço da vegetação Presença de vegetação no continente antártico tem avançado e preocupa especialistas MapBioma-Antártica Segundo a cientista Eliana Fonseca, coordenadora do estudo, a expansão da vegetação está diretamente ligada ao aquecimento global. “As temperaturas mais elevadas fazem com que o gelo e a neve derretam mais rapidamente, deixando maior disponibilidade de água líquida já no início do verão”, disse. "Com o solo exposto por mais tempo, a vegetação se expande para áreas onde antes não conseguia se estabelecer", acrescentou Eliana. Segundo a pesquisadora, embora este seja o primeiro mapeamento abrangente, estudos regionais já apontavam um “esverdeamento” na área, especialmente nas ilhas mais próximas à Península Antártica. “Nas ilhas Shetland do Sul, estamos vendo mudanças rápidas e intensas por causa do aumento das temperaturas”, declarou Eliana. "Regiões que recebiam precipitação de neve agora registram cada vez mais chuva líquida", emendou a especialista. A pesquisadora alerta que esse processo nas ilhas da Antártica deve se intensificar nos próximos anos, apesar do continente ser grande e homogêneo. Algo que já ocorre na Groenlândia, no hemisfério norte. A vegetação nessas localidades inóspitas, com número mínimo de espécies de plantas, funciona como um termômetro ambiental, segundo a especialista. "Quando vemos a vegetação aumentar, significa que as condições ambientais estão mudando – e rápido", afirmou Eliana. Efeitos já são sentidos no hemisfério sul As transformações da Antártica não ficam restritas ao continente. O lugar é um "regulador climático global" e impacta principalmente o hemisfério sul. “As diferenças de temperatura entre a Antártica e as regiões próximas movem energia da Linha do Equador para os polos. Esses fluxos geram as frentes frias que regulam temperaturas e padrões de chuva em boa parte do hemisfério sul", afirmou Eliana Fonsca. Segundo a pesquisadora, isso se reflete na frequência menor de frentes frias no Brasil e na América do Sul, o que afeta os regimes de chuva e a agricultura. O derretimento do gelo marinho e as águas menos frias no Oceano Austral também influenciam a cadeia alimentar da região. A base da alimentação de baleias, por exemplo, depende de água fria e da presença de gelo. “Já temos relatos da diminuição da produção de krill [um crustáceo consumido por baleias]”, alerta a pesquisadora do MapBiomas. Por que mapear a Antártica é tão difícil? Aquecimento global tem relação com degelo na Antártica, segundo pesquisadora MapBiomas-Antártica A Antártica ainda é um desafio à capacidade dos satélites. O fenômeno do sol da meia-noite – quando o sol permanece visível por 24 horas no verão – cria sombras longas que dificultam a análise das imagens. Por décadas, muitos mapas eram feitos manualmente, com pesquisadores, literalmente, desenhando onde a vegetação aparecia. O novo levantamento do MapBiomas só foi possível graças a técnicas mais precisas de georreferenciamento e o avanço da computação em nuvem. Continente dedicado à ciência Com 1,366 bilhão de hectares, o continente antártico é regido pelo Tratado da Antártica, assinado em 1959, do qual fazem parte 58 países. O acordo estabelece o continente e o Oceano Austral como uma área voltada à ciência, à cooperação internacional e à preservação ambiental.

FONTE: https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2025/12/01/estudo-aponta-avanco-da-vegetacao-e-do-degelo-na-antartica-cientista-alerta-para-efeitos-no-brasil.ghtml


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