Deputado mineiro é alvo de operação que investiga fraudes em benefícios do INSS
Deputado mineiro é alvo de operação que investiga esquema de fraude em aposentadoria e pensões
O deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos), de Governador Valadares, foi alvo de um mandado de busca e apreensão na manhã desta quinta-feira (13), durante uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema nacional de fraudes e descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS.
A ação faz parte da Operação “Sem Desconto”, deflagrada em todo o país, com o cumprimento de 63 mandados de busca e apreensão, 10 de prisão e outras medidas cautelares. Em Minas Gerais, a PF esteve no apartametno do parlamentar, em Governador Valadares, para cumprir a determinação judicial.
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Segundo a investigação, Pettersen foi apontado como porta-voz político da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil). O deputado teria vendido uma aeronave ao presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), uma ONG ligada à Conafer, ao mesmo tempo em que destinou emendas parlamentares à entidade. A suspeita é de que parte da verba pública enviada por ele tenha sido redirecionada, por meio de fraudes em licitação, para empresas ligadas à própria confederação.
A Conafer e o ITT são investigados pela PF e pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, instalada no Congresso Nacional para apurar o esquema que teria causado desvios bilionários em benefícios previdenciários.
O que diz o deputado
Deputado Euclydes Pettersen (Republicanos-MG)
Bruno Spada/Câmara dos Deputados
Em nota enviada ao g1, Euclydes Pettersen negou qualquer irregularidade, disse que apoia integralmente o trabalho das autoridades de segurança e que está disponível para responder aos questionamentos da investigação.
“Reitero que a operação é o fim para alguns e a libertação para outros. Já fui alvo de 2 operações, fui absolvido em uma, e a outra o judiciário nem aceita a denúncia por falta de provas que comprovassem o crime, então deixo bem claro que apoio a investigação e me coloco a inteira disposição para esclarecimentos necessários", afirmou.
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Entenda o contexto da investigação
De acordo com a Polícia Federal, entidades e associações ligadas à Conafer cadastravam aposentados e pensionistas sem autorização, com assinaturas falsas, para efetuar descontos indevidos nos benefícios pagos pelo INSS.
Um levantamento do próprio instituto apontou que mais de 6 milhões de beneficiários em todo o país relataram descontos irregulares. A estimativa é que o esquema tenha desviado bilhões de reais.
Documentos obtidos pelo INSS em 2020 indicam que, durante a pandemia, a Conafer incluiu mais de 95 mil novos associados em apenas quatro meses, número considerado incompatível com a capacidade operacional da entidade.
A primeira fase da operação “Sem Desconto” foi deflagrada em abril deste ano e a ação desta quinta-feira representa uma nova etapa da investigação.
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