Conselho de Ética do União Brasil dá aval à expulsão de Celso Sabino; cúpula ainda analisará
25/11/2025
(Foto: Reprodução) Ministro do Turismo, Celso Sabino, destaca ações e metas em entrevista exclusiva
O Conselho de Ética do União Brasil decidiu nesta terça-feira (25) recomendar a expulsão do ministro do Turismo, Celso Sabino, da sigla.
A medida, aprovada por unanimidade, será enviada para análise da executiva nacional do partido, a quem caberá sacramentar o futuro de Sabino na legenda. Ainda não há data para a reunião.
O ministro do Turismo é alvo de um procedimento, aberto em outubro, que o acusa de desrespeitar orientações partidárias, como o ultimato da legenda para a entrega de cargos no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Além desse processo, Sabino também está no centro de outro que levou à intervenção da direção nacional do União Brasil no escritório do partido no Pará — originalmente comandado por Sabino.
No começo de outubro, diante de declarações públicas de Sabino de que ele permaneceria no governo Lula, a executiva nacional do União Brasil já havia o afastado das funções partidárias e indicado um novo comando para o escritório paraense.
Em rota de colisão com o Planalto, o União Brasil decidiu que filiados teriam de deixar cargos na gestão Lula até o dia 19 de setembro. À época, a legenda afirmou que o descumprimento seria considerado infidelidade partidária.
Apoio a Lula
Ministro do Turismo, Celso Sabino
Lula Marques/Agência Brasil/Divulgação
Depois de anunciar publicamente que pediria demissão, Celso Sabino ignorou a ordem e continuou no ministério, participando, inclusive, de compromissos com Lula em Belém (PA). Em outubro, durante um desses eventos, o ministro afirmou que apoiaria o petista, independentemente do cenário político.
Quando foi afastado do cargo de dirigente do União, Sabino falou à imprensa e criticou o posicionamento do União Brasil, que, na avaliação dele, tem "tomada decisões equivocadas".
"O partido, no meu entendimento, tem tomado decisões equivocadas, açodadas. A gente vai continuar com o diálogo agora, com esse processo seguindo para o Conselho de Ética, para tentar sensibilizar os membros do partido de que o momento eleitoral tem que ser deixado para o prazo eleitoral", disse.
Sabino tem reiterado que permanecerá no governo Lula. Em outubro, ele chegou a indicar que ficaria até o limite de desincompatibilização, em abril do próximo ano, quando detentores de cargos públicos precisam deixar as funções para disputar eleições.
O ministro planeja disputar uma das vagas ao Senado pelo estado do Pará e avalia que o apoio de Lula o ajudaria nas eleições.
"Pelo bem do turismo, pelo bem dos serviços que a gente vem fazendo em todo o país, mas especialmente pelo bem do povo do Pará pela realização da COP30, vou permanecer no governo", afirmou na ocasião.