Conheça a profissão que arrisca a própria vida para salvar outras em rodeios: 'Cada vez que evita um acidente é uma vitória'

  • 15/06/2025
(Foto: Reprodução)
g1 conversou com três salva-vidas de montarias em touros na Festa do Peão de Americana. Profissionais revelaram os bastidores da função que exige coragem, treino, confiança e atenção. Conheça a profissão de salva-vidas de rodeio No meio da arena, entre o touro e o peão, uma equipe de profissionais arrisca a própria vida para salvar a de outros. Os salva-vidas, ou bullfighters, como também são conhecidos, são fundamentais para a segurança dos atletas em um esporte tão perigoso como a montaria em touros. Siga o g1 Campinas no Instagram 📱 Antigamente, o trabalho chegou a ser realizado por animadores vestidos de palhaços, mas, com a modernização dos rodeios, a função foi separada e profissionalizada para aumentar o cuidado com os envolvidos. A mudança gerou uma série de regras, treinos e preparação física e mental para garantir que todo mundo saia bem da arena. O g1 conversou, na Festa do Peão de Americana, com o trio de salva-vidas da Professional Bull Riders (PBR) Wagner Rodrigues, Ramon Damasceno e Maurinho Araújo e, mostra, abaixo e no vídeo acima, curiosidades sobre uma das profissões mais perigosas do universo sertanejo, além de quais são os desafios e protocolos a seguir para evitar tragédias. Em linhas gerais, os bullfighters invadem a arena e precisam evitar que o touro atinja o peão quando há uma queda. Entre as dúvidas comuns de todo mundo, os salva-vidas esclarecem de cara a principal delas: como é ficar frente a frente com um touro? “A maior alegria é ver o competidor sair da arena do mesmo jeito que entrou. Cada vez que conseguimos evitar um acidente grave, é uma vitória”, admite Maurinho. “Se o touro relar na gente, machuca. Ele pesa mais de 1 tonelada e nós 80 kg. A diferença é que estamos no chão e sabemos onde o boi vai. Quem tá em cima não tem esse controle”, conta o Wagner Rodrigues, também conhecido por Calango. Salva-vidas do Rodeio de Americana: Wagner Rodrigues, Ramon Damasceno e Maurinho Araújo Thomaz Marostegan/g1 🤜🤛Trabalho em equipe Os salva-vidas explicam que a profissão mistura técnica, força física, coragem e muita atenção, que são adquiridas a partir de muito treino e preparo psicológico, além de, principalmente, trabalho em equipe. “O trio é muito entrosado, então já sabe o que o outro vai fazer. Dá uma segurança maior para a gente. E isso faz com que o trabalho saia perfeito ali dentro”, diz Calango. Eles estão há pelo menos dois anos juntos, desde que Calango passou a trabalhar na PBR, principal liga de montaria em touros do mundo, mas a parceria de Ramon e Maurinho é mais longeva. “A gente está junto há 13 ou 14 anos”, relata Ramon Ele complementa que um dos maiores problemas em rodeios menores, que não fazem parte de campeonatos da PBR, é a formação de equipes de salva-vidas que não costumam trabalhar juntos. “Estar sempre com a mesma equipe faz você começar a pegar confiança. Hoje, entre nós três não precisa ficar se olhando, você já sabe onde o outro vai estar”, explica Ramon. Salva-vidas do Rodeio de Americana: Wagner Rodrigues, Ramon Damasceno e Maurinho Araújo Thomaz Marostegan/g1 🏃‍♂️‍➡️🧘 Preparo físico e mental Maurinho tem 19 anos de profissão, sendo 10 na PBR Brasil, e afirmou que o preparo físico é essencial. “Eu sempre fui ligado a esportes radicais. Faço jiu-jitsu, capoeira, corrida, bicicleta. Tudo que me mantenha forte e com reflexo rápido", revelou. Salva-vidas há quase vinte anos, Ramon disse que além do preparo físico é importante se preparar mentalmente e estar pronto para cada situação que possa acontecer. “A gente às vezes não pensa no que vai fazer. Só vai reagindo, só reage, reage. Então, a mente e o corpo têm que estar preparado para aquela reação, mas a mente tem que estar 110% focada no serviço”, diz. 🚑 A emoção de salvar uma vida Os salva-vidas contam que há momentos que ficam gravados na memória. Calango lembra quando, no rodeio de Santo Antônio do Monte (MG), conseguiu soltar a espora de um peão que ficou presa na corda do touro. "Consegui paletar o boi e tirar o pé dele. Não é algo que acontece todo dia, mas esse ficou marcado”, pontua. Salva-vidas do Rodeio de Americana: Wagner Rodrigues, Ramon Damasceno e Maurinho Araújo Thomaz Marostegan/g1 🐂 Conviver com o medo e lesões Os três já tiveram lesões graves, torções, traumas nas costelas, mas poucas vezes precisaram ser afastados como ocorreu com Ramon, que há dois anos quebrou o joelho, precisou fazer cirurgia, e ficou fora das arenas por um ano, algo que resultou em um retorno difícil. “Eu falo que a lesão mais difícil é a primeira, é o primeiro choque que você toma. Porque a primeira vez é a que mais assusta. Acredito que depois que você passa pela primeira e volta, dali para frente tudo fica mais fácil”, afirma Calango complementa que a dificuldade maior é recuperar a confiança. "Você perde o tempo do boi, perde a confiança no seu próprio corpo. Aí é treino, treino e mais treino." 😮 Por que ser salva-vidas? Calango contou tentou ser peão, mas chamou a atenção de colegas quando, nos treinamentos, era hábil em fazer salvamentos. Ele então seguiu o conselho de um colega para ser salva-vidas. “Aí eu comecei a dedicar mais isso, fiz uns cursos e graças a Deus deu certo”. Para Maurinho, o gosto por esportes radicais e a ligação da família com o mundo agrícola o levou à profissão. “Já vem de casa, é uma coisa que eu sou apaixonado desde moleque”. Já Ramon disse que carrega a profissão no sangue. Ele vem de uma família circense, é neto de toureiro de circo e filho de um dos primeiros salva-vidas de rodeio do Brasil. "Eu vim seguindo a tradição da família. Não tinha como eu ser outra coisa. Eu falo que eu nasci para isso. Não foi uma escolha, sabe? Só fui seguindo o que a vida preparou para mim", resume. 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FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/festa-do-peao-de-americana/noticia/2025/06/15/conheca-a-profissao-que-arrisca-a-propria-vida-para-salvar-outras-em-rodeios-cada-vez-que-evita-um-acidente-e-uma-vitoria.ghtml


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