Caso Benício: Polícia cumpre mandado de busca e apreensão na casa de médica que prescreveu adrenalina

  • 18/12/2025
(Foto: Reprodução)
Caso Benício: Polícia pede prisão de médica e técnica investigadas pela morte do menino A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) cumpriu um mandado de busca e apreensão, nesta quinta-feira (18), na casa da médica Juliana Brasil Santos, investigada pela morte de Benício Xavier, de 6 anos, em Manaus. Na ação, foram apreendidos o celular da profissional, documentos e um carimbo que indicava especialidade em pediatria, apesar de ela não possuir o título oficialmente reconhecido. De acordo com a polícia, a médica é investigada por prescrever uma dose incorreta de adrenalina. Além dela, a técnica de enfermagem Raiza Bentes também é investigada por ter aplicado o medicamento diretamente na veia da criança. Ainda segundo as investigações, Juliana Brasil admitiu o erro em um documento encaminhado à polícia e em mensagens trocadas com o médico Enryko Queiroz. A defesa, no entanto, afirma que a confissão ocorreu no "calor do momento". 📲 Participe do canal do g1 AM no WhatsApp Juliana Brasil e Raiza Bentes respondem ao inquérito em liberdade após a Justiça negar o pedido de prisão preventiva. A decisão seguiu o parecer do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), que também se manifestou contra a prisão das profissionais. Apesar disso, a Justiça determinou a suspensão cautelar do exercício profissional da médica e da técnica em enfermagem. Na decisão, o juiz Fábio Olintho de Souza afirmou que manter Juliana atendendo pacientes, especialmente crianças, representaria risco à saúde pública. Por isso, o magistrado determinou que o Conselho Regional de Medicina do Amazonas (CRM-AM), o Conselho Regional de Enfermagem do Amazonas (Coren-AM) e as secretarias estadual e municipal de Saúde fossem comunicados para garantir o cumprimento da medida. A técnica de enfermagem Raiza Bentes teve o exercício profissional suspenso de forma cautelar no dia 1º de dezembro. Médica usava carimbo de pediatria Médica Juliana Brasil pode responder por falsidade ideológica ao usar carimbo de pediatria sem especialidade Reprodução A médica Juliana Brasil também pode responder pelos crimes de falsidade ideológica e uso de documento falso, além de homicídio doloso por dolo eventual. A informação foi confirmada pelo delegado Marcelo Martins. Segundo o delegado, a Polícia Civil realizou uma análise sobre a forma como a médica se identificava profissionalmente. De acordo com a apuração, Juliana Brasil utilizava carimbo e assinaturas com referência à especialidade de pediatria, mesmo sem possuir o título oficialmente reconhecido. "Nós realizamos um estudo a respeito da questão dela ter assinado a especialização pediatria no carimbo e ter assinado o nome dela com a expressão pediatria. Todas as regulamentações do Conselho Federal de Medicina indicam que o médico que não possui uma especialização não pode se identificar de nenhuma forma, com nenhuma referência a uma especialidade que ele não possui, e ela fez isso", afirmou o delegado Marcelo Martins. Ainda conforme o delegado, a conduta pode configurar dois crimes distintos. "Então, isso configura o crime de falsidade ideológica e o uso de documento falso. A investigação prossegue agora também com relação a esses dois crimes, além do homicídio doloso por dolo eventual", disse. A Polícia Civil segue colhendo depoimentos e analisando documentos para esclarecer as circunstâncias do atendimento e eventuais responsabilidades criminais. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) permite que médicos obtenham o Título de Especialista em Pediatria (TEP) sem residência, por meio da aprovação na Prova de Título (TEP). A defesa da médica afirmou à Rede Amazônica que, embora Juliana Brasil não tenha o título de especialista em pediatria, ela é formada desde 2019 e atuava legalmente na área, acumulando experiência prática. Os advogados acrescentaram que ela pretendia realizar a Prova de Título neste mês de dezembro. LEIA TAMBÉM: Caso Benício: Justiça revoga habeas corpus de médica investigada por prescrever adrenalina Cronologia do atendimento de Benício mostra sequência que levou à morte da criança Colega de trabalho diz em depoimento que alertou técnica para não aplicar adrenalina na veia O caso Caso Benício: erros em série causaram morte de menino de 6 anos com dose de adrenalina Segundo o pai, Bruno Freitas, o menino foi levado ao hospital com tosse seca e suspeita de laringite. Ele contou que a médica prescreveu lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa, 3 ml a cada 30 minutos. A família disse ao g1 que chegou a questionar a técnica de enfermagem ao ver a prescrição. De acordo com Bruno, logo após a primeira aplicação, Benício apresentou piora súbita. "Meu filho nunca tinha tomado adrenalina pela veia, só por nebulização. Nós perguntamos, e a técnica disse que também nunca tinha aplicado por via intravenosa. Falou que estava na prescrição e que ela ia fazer", relatou o pai. Após a reação, a equipe levou a criança para a sala vermelha, onde o quadro se agravou. A oxigenação caiu para cerca de 75%, e uma segunda médica foi acionada para iniciar o monitoramento cardíaco. Pouco depois, foi solicitado um leito de UTI, e Benício foi transferido no início da noite de sábado. Na UTI, segundo o pai, o quadro piorou. A equipe informou que seria necessária a intubação, realizada por volta das 23h. Durante o procedimento, o menino sofreu as primeiras paradas cardíacas. O pai relatou que o sangramento ocorreu porque a criança vomitou durante a intubação. Após as primeiras paradas, o estado de Benício continuou instável, com oscilações rápidas na oxigenação. Minutos depois, Benício apresentou nova piora e não respondeu às manobras de reanimação. Ele morreu às 2h55 do domingo. “Queremos justiça pelo Benício e que nenhuma outra família passe pelo que estamos vivendo. O que a gente quer é que isso nunca mais aconteça. Não desejamos essa dor para ninguém”, disse o pai. Em nota, o Hospital Santa Júlia informou que uma médica e uma técnica de enfermagem foram afastadas de suas funções e realizou uma investigação interna pela Comissão de Óbito e Segurança do Paciente. Infográfico - Caso Benício Arte g1 Médica investigada no caso Benício. Reprodução/Rede Amazônica

FONTE: https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2025/12/18/caso-benicio-policia-cumpre-mandado-de-busca-e-apreensao-na-casa-de-medica-que-prescreveu-adrenalina.ghtml


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