Cartórios orientam brasileiros sobre autocuratela para garantir autonomia no futuro
29/11/2025
(Foto: Reprodução) Medida do Conselho Nacional de Justiça permite que brasileiro indique o próprio curador
Uma medida do Conselho Nacional de Justiça passou a permitir que o brasileiro indique uma pessoa para ser o seu curador. Alguém que, em caso de necessidade, o apoie nas decisões sobre a própria vida.
Os passos já não têm a mesma firmeza depois de um AVC e uma fratura na perna. Sequelas que fizeram o Robson, de 58 anos, escolher uma pessoa para representá-lo caso, algum dia, não tenha mais discernimento para responder por seus atos.
"A gente pensa sempre na melhora, né? Mas a gente não sabe se pode piorar. Então: você tem que prevenir, tem que ficar preparado para a situação", diz Robson Gomes, aposentado.
Quem tem 18 anos ou mais pode fazer a autocuratela. É só procurar o cartório para indicar alguém como curador. Pode ser um parente ou um amigo. O tabelião vai verificar se o declarante fez o pedido de forma espontânea.
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Cartórios orientam brasileiros sobre autocuratela para garantir autonomia no futuro
Reprodução/Jornal Nacional
Neste sábado (29), cartórios fizeram ações em várias capitais. Teve orientação em shoppings de Belo Horizonte e Fortaleza. E no Mercado Municipal de Curitiba.
"A minha mãe queria muito, com 94 anos, deixar alguém responsável pelas coisas dela", conta Mistia Roberta Sanches, professora e filha da Dulcineia.
Toda curatela depende de um processo judicial para ter validade. O que muda é que agora o juiz deve consultar os cartórios para verificar se há uma escritura declaratória de autocuratela e considerar a vontade expressa no documento.
Mas isso ainda não garante que a pessoa indicada vai ser nomeada pela Justiça como curador. É preciso uma manifestação do Ministério Público e uma verificação sobre a capacidade do curador indicado.
"Se o curatelando tem cinco filhos, poderá existir uma disputa entre esses cinco filhos e, com a autocuratela, a pessoa pode indicar qual filho será o curador ou até mesmo um terceiro, né, evitando qualquer discussão a respeito de quem será o curador", Walsir Rodrigues, advogado especializado em direito de família e sucessões.
Dona Marlene se interessou pelo assunto, mas ainda quer ter muita saúde para tomar as rédeas da vida.
"A gente precisa dos filhos, de alguém com a gente para cuidar das coisas", afirma Marlene da Conceição Souza.
